Dia 24/10/2018: Visita e coleta de dados
A
concepção de Contexto emergente...
“A
educação formal está relacionada com escolas. A não-formal diz respeito a
grupos comunitários e outras organizações, entendida como qualquer atividade
educacional organizada fora do sistema formal estabelecido e que se destina a
atender clientelas de aprendizes identificáveis e com objetivos de
aprendizagens específicos”. (VALENTE; ALMEIDA, 2014, p. 34).
Para
Silvana Lemos e Maria Eduarda Menezes: “A educação formal da escola E.M.E.F.
Presidente Campos Salles tem objetivos claros e centrados em uma diretriz
educacional, determinadas em nível nacional e com órgãos fiscalizadores dos
ministérios da educação. Nota-se que o contexto não- formal, o FabLab Livre
Heliópolis, a partir do Projeto Construtores FabLab, estabelece a parceria e
colaboração para o desenvolvimento dos propósitos curriculares estabelecidos no
projeto extra-classe”.
Silvana
Lemos pergunta: O projeto Construtores FabLab começou como?
Juliana
Demay: Senti a necessidade de que os alunos da escola Presidente Campos Salles
se apropriassem do FabLab e, para isso, criei esse projeto.
Silvana
Lemos: Os professores da escola participam do projeto?
Juliana
Demay: Esse projeto não faz parte da grade curricular da escola e, por isso, os
componentes curriculares das disciplinas não estão presentes.
Silvana
Lemos: Qual o critério para selecionar os alunos?
Juliana
Demay: A escola Presidente Campos Salles tem vários projetos e os alunos se
inscrevem nos projetos que desejam participar.


Alunos
e a professora saem da E.M.E.F. Presidente Campos Salles e caminham para o
FabLab Heliópolis
Silvana Lemos: O projeto Construtores FabLab acontece
dentro do horário das aulas dos alunos?
Juliana Demay: Acontece no contra turno e os alunos interessados se inscrevem para
participar.
O projeto
foi submetido e autorizado pela direção da escola e a Secretaria Municipal da
Educação de São Paulo.

Professora e alunos adentram o FabLab Heliópolis para desenvolver uma das atividades previstas
Silvana Lemos: Como emergiu a iniciativa
de construir as placas indicativas para sinalização do CEU Heliópolis e o Mapa
Tátil?
Juliana Demay: O desejo inicial era de fazer com que os alunos se apropriassem do
FabLab Helópolis, como um espaço para empreender os seus próprios projetos.
Depois,
pensei na missão da escola e na mobilização da direção da escola e dos
professores em formar os alunos cidadãos críticos, éticos e solidários. Dentre
os princípios trabalhados pela escola o compromisso é pela autonomia do aluno, a
solidariedade e o respeito social.
A
par disso, perguntei aos alunos o que podíamos fazer para melhorar a vida dos
alunos, professores e visitantes do CEU. Afinal, como ser solidário aos muitos
cidadãos que passam diariamente no CEU?
Realizaram
conversas, boca a boca na escola, e depois de definido o tema “Inclusão dos deficientes visuais”,
pesquisas sobre inclusão e deficiências foram
feitas. O computador e a conexão à Internet propiciaram as informações
necessárias ao diálogo. A pesquisa foi desenvolvida no espaço FabLab Livre
Heliópolis. Os alunos trouxeram muitas ideias e o projeto foi sendo construído
com a colaboração com o técnico do FabLab Heliópolis, o Vinícius. Profissional
formado em Psicologia e que elabora o seu Trabalho de Conclusão de Curso com a
temática de pensar as competências socioemocionais.
Silvana
Lemos e Maria E. Menezes: “O currículo da
escola desenvolvido em parceria com
o FabLab Livre Heliópolis tem como objetivo em impulsionar a mentalidade de
que somos criadores de ideias e empreendedores de projetos, a partir de uma
ideia.
Busca-se promover a autonomia em criar,
pesquisar sobre os temas de interesse, trocar ideias e estabelecer parcerias
para empreender os projetos.
A
colaboração e a parceria entre a escola Presidente Campos Salles e o FabLab
Livre Heliópolis emergem como princípios imprescindíveis para o desenvolvimento
do projeto Produtores FabLab. Tem-se como currículo aprender a utilização do
software livre Inkscape para criação da escrita tátil que farão parte das
placas indicativas.
Tem-se
como meta de pesquisar e buscar as soluções a partir das dificuldades durante o
processo, além de compartilhar as descobertas e as produções com a comunidade.
FabLab
Heliópolis: alunos iniciam a atividade do dia 24 de outubro de 2018
FabLab
Tela do computador | Utilização do software livre Inkscape | Aluno inicia o
desenho de uma das letras de para placa de indicação a ser colocada no CEU
Heliópolis
FabLab
Tela do computador | utilização do software livre Inkscape | aluno desenvolve
uma das etapas para criação de placa de indicação a ser colocada no CEU
Heliópolis | escrita tátil para pessoas cegas. Arranjo de seis pontos em relevo
dispostos na vertical em duas colunas de três pontos cada. Os seis pontos foram
o que se convencionou chamar “cela braile”
Para
facilitar a identificação, os pontos são numerados da seguinte forma:
Desenho
cela braile
FabLab
Tela do computador | utilização do software livre Inkscape | aluno desenvolve
uma das etapas para criação de placa de indicação a ser colocada no CEU
Heliópolis | escrita tátil para pessoas cegas
Silvana Lemos: Quantas vagas foram disponibilizadas,
quantos alunos se inscreveram e quantos participam do projeto Construtores
FabLab?
Juliana Demay: Disponibilizamos uma média de 15 a 17 vagas e no curso temos 17 inscritos. A procura é grande e, por isso, temos uma lista de espera.
Juliana Demay: Disponibilizamos uma média de 15 a 17 vagas e no curso temos 17 inscritos. A procura é grande e, por isso, temos uma lista de espera.
Placa Indicativa com luz de led | Torre de
Cidadania Gestão: Placas Indicativas dos espaços do CEU Heliópolis
Silvana Lemos: Qual é a faixa de idade dos
alunos?
Juliana Demay: Entre 13 a 15
anos.
Silvana Lemos: Há alunas inscritas no
Projeto Construtores FabLab?
Juliana Demay: De 17
alunos temos duas alunas inscritas.
Professora
da E.M.E.F. expande o contexto da sala de aula da escola Campos Salles para o
FabLab Heliópolis
Parceria
entre a professora Juliana e o técnico Vinicius
Silvana Lemos: Em que fase estão do projeto?
Juliana Demay: Na criação das placas indicativas do CEU Heliópolis. Em breve, na portaria principal do CEU Heliópolis terá um posto com as placas indicativas, onde os deficientes visuais terão acesso e a oportunidade de lerem as informações.
Juliana Demay: Na criação das placas indicativas do CEU Heliópolis. Em breve, na portaria principal do CEU Heliópolis terá um posto com as placas indicativas, onde os deficientes visuais terão acesso e a oportunidade de lerem as informações.
Silvana Lemos: O que você aprendeu com o desenvolvimento do projeto
Construtores FabLab?
Juliana Demay: Eu aprendi,
principalmente, os trâmites para elaboração de um projeto, um encaminhamento tanto
para a direção da escola como para a Secretaria Municipal da Educação, um aprendizado
dos trâmites burocráticos para fazer com que um projeto seja aprovado, desde a
apresentação da estrutura como também a solicitação das verbas. Em relação ao ganho dos meus alunos, eles aprenderam programação, como
desenhar, como entender a escrita em braile e eu verifiquei que os alunos que
participaram e participam do projeto, eles têm uma maior autonomia nas minhas
aulas de informática e dentro da grade curricular da escola Campos Salles.
Então eles têm uma maior autonomia, uma maior aprendizagem em relação ao
software livre Inkscape e também é mais fácil pra eles aprenderem outros tipos
de softwares e programação em robótica.
Silvana Lemos: Como
é a avaliação no projeto Construtores FabLab?
Juliana Demay: Não há uma avaliação de
medir o conhecimento dos alunos, de atribuição de uma nota. A avaliação
acontece de forma que eu observo e constato que meus alunos trabalham em
equipe, dialogam, resolvem problemas em parceria, tem autonomia nos trabalhos
que desenvolvem usando o software livre Inkscape, eles se apropriam desse
espaço que é o Fab Lab Heliópolis, um espaço da comunidade deles. Eles se veem
empoderados de conhecer o potencial que há nos equipamentos do Fab Lab e até
empreender os seus próprios projetos. Então a avaliação que eu faço é ver que
meus alunos adquiriram conhecimento ao pesquisar sobre a temática da
deficiência e como incluir os deficientes e também na questão da deficiência visual.
Não é apenas fazer uma pesquisa no computador, pela internet, mas é verificar que
eles sabem quais os sites que eles podem pesquisar, têm autonomia e maior
facilidade em selecionar e compartilhar essas informações, trocar ideias com os
colegas sobre a temática que estão
desenvolvendo, então não é só a questão da pesquisa da informação e dos
conhecimentos que estão adquirindo, mas
é também na relação com o colega, no
trabalho com o software, em resolver problemas, em trabalhar com o erro e aprender com ele e ver
que meu aluno se vê satisfeito ao criar estas placas indicativas, ele está
contribuindo para uma ação social.
Em seguida, as placas farão parte do mapa tátil a ser
construído. Estamos trabalhando para isso.
Ao término da entrevista com a professora Juliana Lemos
Demay e Silvana Donadio Vilela Lemos registram o momento, via celular.
Em seguida, o material coletado (fotografias e o registro
registo com as resposta da entrevista) foram enviados pelo celular ao e-mail sil.lemos2013@gmail.com









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